Essa história se passa em Brasília DF... Lembro de estarmos visitando o Hospital Regonal do Guará quando me deparo com a Sheyla e sua mãe. Logo o seu sorriso me cativou e fui conversar com elas. Descobri que seria aniversário dela e logo desafiei o grupo do Prohumanos a fazer algo. Segue abeixo o relato de como foi esse aniversário.
" Pra começar essa história, preciso contar que o responsável nos "enfiar" nessa foi o Zilão! Calma, já explico!
Assim
que concluído o curso de capelania hospitalar aqui em Brasília, fomos
colocar em prática tudo o que foi aprendido no Hospital Regional do
Guará (HRGu). Muitos abraços, muitas conversas, muitos sorrisos e dentre
eles, conhecemos a dona Shirley e sua filha Sheyla, esperando
atendimento médico.
Sheyla
tem paralisia cerebral, mas apesar de tudo, se diverte com qualquer
coisa! No dia em que a conhecemos, ficamos sabendo que dia 4 de julho
era o aniversário de 15 anos dela. Até contamos que era uma data
importante, chique demais, por ser o Dia da Independência dos Estados
Unidos! Conversa vai, conversa vem, a mãe dela nos perguntou se
poderíamos ir a festa! Eita, Jesus! Mal começamos e já surgiram grandes
eventos! Mas enfim, pegamos o contato delas. E o Zilão o tempo todo nos
lembrando que se prometer tem que cumprir!
Uma
semana antes da festa, Vanessa ligou para confirmar se poderíamos mesmo
ir. Afinal, missão dada é missão cumprida! No telefone, a dona Shirley
nem acreditava que queríamos realmente ir, tanto que até colocou a
Sheyla pra falar no telefone! O grupo combinou de levar salgados,
docinhos, refrigerantes... tudo o que uma festa tem de direito!
Dia
4 de julho de 2013. Narizes posicionados, tudo pronto pra ir. A Sheyla
mora na Estrutural, uma cidade (invasão) próxima a Brasília.
Pedimos informação no Posto Policial e o que descobrimos? O bairro onde
a Sheyla mora é o mais perigoso de todo o entorno. Caso, tenha
curiosidade, procure no Google sobre lá, notícias nada boas. Ouvimos do
policial "Vocês são loucos? Vocês sabem, por acaso, onde estão indo?". Rua
de terra batida, barracos de madeira, vielas sem fim. Sem mais, o local
parecia um lugar esquecido por Deus. Nem GPS localizou! Os comentários
dentro do nosso carro eram "Ai, Zilão, ai ai ai ai!".
Finalmente
achamos a casa da Sheyla! A mãe dela era só felicidade com a nossa
presença! Parecíamos até amigos antigos, daqueles que não se viam há
muito tempo e que se reencontraram, sabe? Ajudamos a terminar a
decoração, brincamos com as crianças convidadas, e inclusive as que não
foram! A Sheyla ainda estava no salão e quando chegou na porta e nos
viu, abriu um sorriso enorme! Gigante! De vestido roxo, cabelo bem
feito, maquiagem e unhas pintadas, nos recebeu como uma princesa.
Devido
a paralisia, ela tem uma certa dificuldade com pronúncia das palavras.
Confesso que não entendi parte das coisas, mas a família sabe exatamente
o que ela quer dizer, mesmo com um monte de palavras repetidas. O
vocabulário da Sheyla é próprio dela. Acredita que até nos deu bronca?
Rolou até uma valsa improvisada com um dos palhaços!
Cantamos
os parabéns, comemoramos, ajudamos a apagar as velinhas, nos despedimos
e partimos. Lembro do sorriso da família
dela, mas lembro mais ainda do nosso ao sair de lá. Então, por alguns
momentos até nos esquecemos do lugar onde estávamos, dos perigos que
fomos alertados e tudo mais.
Agora,
só o que tenho a dizer é: Valeu por ter nos colocado nessa, Zilão!
Fizemos parte da história da Sheyla e ela da nossa, como ProHumanos
Brasília e principalmente como pessoas.
Valeu a pena, ê ê \o/
(P.S.: Aposto que o Zilão vai dizer: eu não meti vocês em nada, vocês se meteram sozinhos! hahaha)"
Hanna Thalita Voluntária Prohumanos Brasilia
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