sexta-feira, 19 de julho de 2013

Aniversário da Sheyla

 
Essa história se passa em Brasília DF... Lembro de estarmos visitando o Hospital Regonal do Guará quando me deparo com a Sheyla e sua mãe. Logo o seu sorriso me cativou e fui conversar com elas. Descobri que seria aniversário dela e logo desafiei o grupo do Prohumanos a fazer algo. Segue abeixo o relato de como foi esse aniversário.
 
" Pra começar essa história, preciso contar que o responsável nos "enfiar" nessa foi o Zilão! Calma, já explico! 
Assim que concluído o curso de capelania hospitalar aqui em Brasília, fomos colocar em prática tudo o que foi aprendido no Hospital Regional do Guará (HRGu). Muitos abraços, muitas conversas, muitos sorrisos e dentre eles, conhecemos a dona Shirley e sua filha Sheyla, esperando atendimento médico. 
Sheyla tem paralisia cerebral, mas apesar de tudo, se diverte com qualquer coisa! No dia em que a conhecemos, ficamos sabendo que dia 4 de julho era o aniversário de 15 anos dela. Até contamos que era uma data importante, chique demais, por ser o Dia da Independência dos Estados Unidos! Conversa vai, conversa vem, a mãe dela nos perguntou se poderíamos ir a festa! Eita, Jesus! Mal começamos e já surgiram grandes eventos! Mas enfim, pegamos o contato delas. E o Zilão o tempo todo nos lembrando que se prometer tem que cumprir! 
Uma semana antes da festa, Vanessa ligou para confirmar se poderíamos mesmo ir. Afinal, missão dada é missão cumprida! No telefone, a dona Shirley nem acreditava que queríamos realmente ir, tanto que até colocou a Sheyla pra falar no telefone! O grupo combinou de levar salgados, docinhos, refrigerantes... tudo o que uma festa tem de direito! 
Dia 4 de julho de 2013. Narizes posicionados, tudo pronto pra ir. A Sheyla mora na Estrutural, uma cidade (invasão) próxima a Brasília. Pedimos informação no Posto Policial e o que descobrimos? O bairro onde a Sheyla mora é o mais perigoso de todo o entorno. Caso, tenha curiosidade, procure no Google sobre lá, notícias nada boas. Ouvimos do policial "Vocês são loucos? Vocês sabem, por acaso, onde estão indo?". Rua de terra batida, barracos de madeira, vielas sem fim. Sem mais, o local parecia um lugar esquecido por Deus. Nem GPS localizou! Os comentários dentro do nosso carro eram "Ai, Zilão, ai ai ai ai!".
Finalmente achamos a casa da Sheyla! A mãe dela era só felicidade com a nossa presença! Parecíamos até amigos antigos, daqueles que não se viam há muito tempo e que se reencontraram, sabe? Ajudamos a terminar a decoração, brincamos com as crianças convidadas, e inclusive as que não foram! A Sheyla ainda estava no salão e quando chegou na porta e nos viu, abriu um sorriso enorme! Gigante! De vestido roxo, cabelo bem feito, maquiagem e unhas pintadas, nos recebeu como uma princesa. 
Devido a paralisia, ela tem uma certa dificuldade com pronúncia das palavras. Confesso que não entendi parte das coisas, mas a família sabe exatamente o que ela quer dizer, mesmo com um monte de palavras repetidas. O vocabulário da Sheyla é próprio dela. Acredita que até nos deu bronca? Rolou até uma valsa improvisada com um dos palhaços!
Cantamos os parabéns, comemoramos, ajudamos a apagar as velinhas, nos despedimos e partimos. Lembro do sorriso da família dela, mas lembro mais ainda do nosso ao sair de lá. Então, por alguns momentos até nos esquecemos do lugar onde estávamos, dos perigos que fomos alertados e tudo mais. 
Agora, só o que tenho a dizer é: Valeu por ter nos colocado nessa, Zilão! Fizemos parte da história da Sheyla e ela da nossa, como ProHumanos Brasília e principalmente como pessoas. 
Valeu a pena, ê ê \o/

(P.S.: Aposto que o Zilão vai dizer: eu não meti vocês em nada, vocês se meteram sozinhos! hahaha)"     
 
Hanna Thalita Voluntária Prohumanos Brasilia


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