Nunca o jovem brasileiro foi tão livre, nem tão aprisionado. Em nenhuma circunstância na história se viu tanta violência entre jovens, mas também nunca se falou tanto de paz. O contraste entre o discurso e a atitude da juventude brasileira salta aos olhos. E nós, pessoas comuns, onde estamos?
Podemos muito bem permanecer, olhando as diversidades de tribos que nascem e morrem em nossas metrópoles, podemos até fechar os olhos e nos esconder em nossas casas. Mas nunca poderemos sair nas ruas com a consciência tranqüila, pois há em nós uma porcentagem de responsabilidade sobre os jovens brasileiros.
Pelo silêncio parece que estamos em paz, mas como diria o Rappa:” Paz sem voz, não é paz, é medo”. Nosso medo se resume em ganância, em falta de amor ao próximo e principalmente em falta de conhecimento de algo melhor que o silêncio. Ao nos negarmos ver a realidade, nos tornamos escravos da mentira e da falsa paz.
Nas igrejas critica-se a libertinagem sexual entre jovens, nas ruas fala-se mal dos governantes, em ambos repetimos discursos bonitinhos sobre como o mundo está. Todo mundo está cansado de saber que o mundo está mal e não tende à melhora, já que só se fala sobre o caos, mas nada se faz para mudar o caos.
As revistas estão repletas de receitas de como alcançar a felicidade. Dietas e mais dietas para alcançar o corpo perfeito. Compramos tudo que há de mais sofisticado para apresentações que só levam e elevam emoções, mas que não trazem consciência em aspecto algum.
Se perguntarmos a um jovem o que ele entende por qualidade de vida, as respostas serão bem insignificantes, considerando o sentido mais amplo da palavra. Muitos acham que a qualidade de sua vida está no que possui, de modo que, se perder isso, sua qualidade de vida se perde também. Outros acreditam que a sua qualidade de vida se resume em estar com outro ser humano e fazer desse ser humano a única fonte de alegria válida para sua existência, então o mesmo acontece quando há a perda dessa companhia. Alguns crêem que não existe um sentido para vida, então abusam das drogas, do sexo sem compromisso e com qualquer pessoa, envolvem-se com igrejas, religiões e seitas das mais variadas. Tudo isso pra dar algum sentido as suas vidas.
E novamente a pergunta que não quer calar: “E nós onde estamos?” É necessário fazermos um esforço coletivo para ir de encontro à sociedade, principalmente à juventude brasileira, levando a consciência do que é a vida e como começar a acreditar que pode dar certo e esse é o objetivo do PQVE. (texto Tony Lopes - Coordenador Nacional do PQVE)