quinta-feira, 30 de maio de 2013

Jovem esse ser inexplicável!



“Em qualquer momento e em qualquer lugar a juventude enseja cuidados e atenções especiais, não apenas por parte da família, mas também da sociedade”. Paulo Tafner

       Nunca o jovem brasileiro foi tão livre, nem tão aprisionado. Em nenhuma circunstância na história se viu tanta violência entre jovens, mas também nunca se falou tanto de paz. O contraste entre o discurso e a atitude da juventude brasileira salta aos olhos. E nós, onde estamos?
       Podemos muito bem permanecer, olhando as diversidades de tribos que nascem e morrem em nossas metrópoles, podemos até fechar os olhos e nos esconder em nossas casas. Mas nunca poderemos sair nas ruas com a consciência tranqüila, pois há em nós uma porcentagem de responsabilidade sobre os jovens brasileiros.
       Pelo silencio parece que estamos em paz, como diria o Rappa:” Paz sem voz, não é paz, é medo”. Nosso medo se resume em ganância, em falta de amor ao próximo e principalmente em falta de conhecimento de algo melhor que o silêncio. Ao nos negarmos ver a realidade, nos tornamos escravos da mentira e da falsa paz.
       Olhar pra juventude brasileira e resumi-la não é fácil. Pelo contrário, é uma das tarefas mais difíceis que existem. Falo isso por ser jovem e mesmo que não me sentisse jovem, teria que conviver com eles, pois estão em todas as partes. Mas quem são eles? O que pensam? O que buscam? Como se sentem? São perguntas como essas que nos fazem gastar tempo para tentar compreender e, mesmo que gastássemos todo tempo do mundo, não seria possível. Mas vamos por partes.
       É notório que o jovem brasileiro busca aventura, diversão e o mínimo de responsabilidade possível. Isso é tão forte no jovem que ele consegue burlar os padrões e estipular novos conceitos à partir de suas contravenções. Por outro lado, se tornou uma vítima fácil das empresas de celular, cosméticos, pornografia, música ruim e por ai vai. O jovem é o alvo da maioria das campanhas publicitárias, pois sabem que se conseguirem pegar essa juventude, conseguirão também aprisionar suas ideias e opiniões, ou seja, idiotizá-los.
       O jovem perdeu aquela característica que já foi marca registrada de juventude.
Em outras épocas ele pedia liberdade para se expressar, direito de votar. Hoje ele está perdido, não sabendo o que fazer com os direitos que adquiriu. O que temos é uma juventude sem identidade, cheia de paranóias e com uma auto estima extremamente baixa.
       Na área afetiva então nem se fala! O jovem sofre, chora, esperneia. Quer ser amado, mas está sempre naquele dilema: Só gosto de quem não gosta de mim! Um sofrimento sem fim. Isso se dá pelo fato da desvalorização gradativa do ser. Pela falta de entendimento sobre o amor, afeto e respeito. Sentimentos que deveriam ser cultivados de forma simples estão perdidos dentro do emaranhado de ideias distorcidas que eles vem acumulando com o passar do tempo.
       A palavra liberdade tomou uma conotação bem diferente do que já teve há tempos.     
        Hoje ela significa direito de errar e somente errar. Quando deveria ser direito de escolher errar e também acertar. Porém o errado é o certo para eles e o certo, bom... o certo não entra em pauta, afinal são livres e os livres não precisam acertar. E sofrem mais um pouco.
       Materialmente falando, perdeu o norte. Pensa ser aquilo que tem, não pensa em ser aquilo que é, não vê o ser o que é como algo bom, mas um motivo de vergonha. Acabando assim dentro de um teatro existencial pré-programado em momentos onde está sozinho procurando a essência do seu verdadeiro ser.
       Precisamos nos dirigir a estes e sacudi-los com um pouco de realidade. Estão obcecados e não estão vendo. Estão sendo enganados por tudo e todos e não conseguem perceber. Pois só é possível se realizar nessa vida quando aceitamos ser o que somos e em todos os aspectos nos amarmos.
       Um pouco de amor próprio com um pouco de consciência poderia trazer de volta a essência do jovem que se perdeu diante das propagandas enganosas que a mídia o impõe, sem ao menos saber se ele realmente quer aquilo ou se está apenas seguindo seu instinto de libertinagem irracional. 
Grande abraço e um beijo no coração!
Zilão

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